TRABALHO E CICLO VITAL
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- Stéphanie Belo Affonso
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1 Psicologia do Adulto e do Idoso EDUCAÇÃO SOCIAL 1º Ano, 2º Semestre 2014/2015 SUMÁRIO: O Adulto: Problemática Psicossocial da Idade adulta TRABALHO E CICLO VITAL CICLO OCUPACIONAL REFORMA Copyright, 2015 José Farinha, ESEC O ADULTO: PROBLEMÁTICA PSICO-SOCIAL DA IDADE ADULTA TRABALHO E CICLO VITAL Psicologia do Adulto e do Idoso 2 1
2 Trabalho e qualidade de vida Lieben und arbeiten FREUD ASPECTOS INTRÍNSECOS: - RELAÇÃO DIRECTA/ ENVOLVE OS FACTORES ASSOCIADOS AO TRABALHO EM SI. ASPECTOS EXTRÍNSECOS: - RELAÇÃO INDIRECTA/ A FORMA COMO O TRABALHO AFECTA OUTRAS ÁREAS DA VIDA (CASA, FAMÍLIA, RELAÇÕES INTERPESSOAIS) 3 Psicologia do Adulto e do Idoso Identidade e generatividade O TRABALHO: É um aspecto importante da identidade social; Está relacionado com factores como classe social e educação; É um factor importante de generatividade (Erikson). 4 Psicologia do Adulto e do Idoso 2
3 Ocupação e família OCUPAÇÃO E FAMÍLIA Interacção família/trabalho : - factores mutuamente actuantes que podem agravar ou compensar problemas e dificuldades em ambos os contextos. 5 Psicologia do Adulto e do Idoso 10 processos que definem a relação trabalho/família: (Hoffman, 1986) 1. Recursos materiais que resultam do rendimento do trabalho; 2. O estatuto ocupacional dos membros da família afecta o auto conceito e a posição do/a trabalhador/a na família assim como a posição da família na comunidade; 3. O comportamento ocupacional é reproduzido em casa; 6 Psicologia do Adulto e do Idoso 3
4 4. As experiências ocupacionais influenciam os padrões educativos; 5. A personalidade do/a trabalhador/a é afectada pelas suas experiências profissionais; 6. Os padrões de exercício da autoridade na área ocupacional são muitas vezes replicados nas relações familiares mais especificamente na interacção dos pais com a criança; 7. O efeito do ambiente laboral no humor e disposição podem ser transferido para o ambiente familiar; 7 Psicologia do Adulto e do Idoso 8. Os mundos da família e do trabalho podem complementar-se um ao outro enquanto fonte de satisfação para um conjunto variado de necessidades pessoais; 9. A relação entre a vida familiar e o tempo gasto no trabalho não é nem simples nem directa; 10. Tanto as exigências da vida familiar como as exigências da vida laboral podem ser uma fonte de estresse que acaba por ter um efeito prejudicial nas relações familiares. 8 Psicologia do Adulto e do Idoso 4
5 O ADULTO: PROBLEMÁTICA PSICO-SOCIAL DA IDADE ADULTA CICLO OCUPACIONAL Psicologia do Adulto e do Idoso 9 Análise da profissão numa perspectiva desenvolvimentista DOIS MOMENTOS FUNDAMENTAIS: Entrada na profissão/carreira; Saída/reforma. DIVERSAS VIAS ENTRE ESTES DOIS PONTOS. Conceito de Relógio da Carreira. 10 Psicologia do Adulto e do Idoso 5
6 Escolha ocupacional SELECÇÃO DA OCUPAÇÃO COMEÇA MUITO ANTES DA OPÇÃO EFECTIVA; É MAIS DO QUE UMA SIMPLES QUESTÃO DE ESCOLHA DE UM EMPREGO; DEFINE O PROCESSO PELO QUAL UMA PESSOA SE ENQUADRA NUMA OCUPAÇÃO/PROFISSÃO. Selecção da ocupação que satisfaz as necessidades do sujeito; Socialização requerida pelos novos papeis e expectativas. 11 Psicologia do Adulto e do Idoso FACTORES CONDICIONANTES: Factores de background (estatuto socioeconómico, origem étnica, inteligência, sexo, raça, etc.) Modelos identificatórios (identificação com alguém dessa profissão) Experiência (factores ligados à experiência pessoal) 12 Psicologia do Adulto e do Idoso 6
7 Interesses (interesses, preferências, valores, etc.) Personalidade (adequação pessoa/função. Categorias de Holland, 1973) Pesquisa sobre ocupações (conversas com profissionais) 13 Psicologia do Adulto e do Idoso Entrada na profissão MOMENTO CRUCIAL: - 2 ASPECTOS: Transição para a vida adulta/mudança de papel; Alterações ao nível do self. 14 Psicologia do Adulto e do Idoso 7
8 COMPARAÇÃO E AJUSTAMENTO DAS EXPECTATIVAS (IDEALISTAS?) COM A REALIDADE; A entrada na profissão como período de ressocialização redefinição da identidade pessoal; Comparação das expectativas acerca de si próprio e o seu comportamento e papel profissional - importância da ocupação para a definição da identidade; 15 Psicologia do Adulto e do Idoso Uma vida - Uma carreira? FACTORES DE ORDEM SOCIOECONÓMICA: Um número crescente de pessoas muda de emprego pelo menos uma vez na vida; A mudança de emprego pode representar uma oportunidade de ascensão na escala profissional; Parece haver normalmente ganhos psicológicos e económicos com a mudança de emprego. 16 Psicologia do Adulto e do Idoso 8
9 Variações no ciclo ocupacional 3 TIPOS DE PADRÕES DE VARIAÇÃO: Padrão ordenado: movimentos claros em sentido ascendente; Padrão desordenado: - ausência de padrão na sequência de empregos pelos quais o indivíduo vai passando; Padrão constituído por mudanças súbitas e radicais: - a pessoa muda uma ou duas vezes de carreira ao longo da sua vida. 17 Psicologia do Adulto e do Idoso IMPLICAÇÕES PSICOSSOCIAIS: Os indivíduos com carreiras ordenadas: têm maior tendência para o envolvimento comunitário e participação social pertencem a mais organizações, participam em mais reuniões, dispendem em média mais horas em actividades organizativas (sindicatos), têm ligações mais fortes com a comunidade. 18 Psicologia do Adulto e do Idoso 9
10 Desenvolvimento da carreira CRISE/PONTO DE VIRAGEM DURANTE A MEIA IDADE (40-55 ANOS) tomada de consciência do número de anos que faltam para a reforma; é feita uma avaliação do ritmo a que os objectivos estão a ser alcançados. Ajustamento dos objectivos e expectativas Mudança de emprego ou de carreira 19 Psicologia do Adulto e do Idoso O ADULTO: PROBLEMÁTICA PSICO-SOCIAL DA IDADE ADULTA REFORMA Psicologia do Adulto e do Idoso 20 10
11 Reforma: marco fundamental MARCO SOCIAL assinala a passagem da meia idade para a velhice. MARCO OCUPACIONAL marca o fim do período activo e o início de um período de relativa inactividade. 21 Psicologia do Adulto e do Idoso 3 Aspectos distintos 1. A REFORMA ENQUANTO ACONTECIMENTO: A reforma é um acontecimento que marca um ponto de transição/ritual de passagem (almoço/oferta); Acontece ± aos 65 anos (relacionar c/ expectativa de vida tendência para aumentar); É um acontecimento sem um significado social preciso - tem essencialmente um significado pessoal e familiar. 22 Psicologia do Adulto e do Idoso 11
12 2. O ESTATUTO DE REFORMADO: Relacionado com as problemáticas associadas à própria situação de reformado; Prolongamento do período de reforma; Ganhos e perdas associados à reforma: 23 Psicologia do Adulto e do Idoso Coisas que reformados (<65 anos) sentem falta relativamente aos seus empregos anteriores (USA, National Council for the aging, 1975) 24 Psicologia do Adulto e do Idoso 12
13 Coisas que reformados sentem mais falta por ocupação. (Sheppard, 1988). 25 Psicologia do Adulto e do Idoso 3. O PROCESSO DE REFORMA Relacionado com a forma como a reforma acontece. Fases de adaptação à reforma: (Atchley, 2000) 1. Pré-reforma antes da reforma em si; desligamento do trabalho e planeamento da reforma; 26 Psicologia do Adulto e do Idoso 13
14 2. Reforma 3 vias possíveis: a. Lua de mel intenso envolvimento em actividades de lazer; b. Rotina imediata de reforma ajustamento imediato a uma rotina composta de actividades pré-existentes; c. Repouso e relaxamento baixos níveis de actividade. 3. Desencanto Período de incerteza e desapontamento; 27 Psicologia do Adulto e do Idoso 4. Reorientação Organização de formas mais adaptativas de vivência da reforma; 5. Rotinas de reformado Desenvolvimento de rotinas quotidianas confortáveis e compensadoras; 6. Cessação da reforma papel de reformado menos relevante devido a dependência ou outros factores incapacitantes. 28 Psicologia do Adulto e do Idoso 14
15 Factores biológicos: Saúde mais frágil e declínio físico Muitas vezes a reforma é antecipada por motivos de saúde; Os processos de involução biológica podem ser um factor significativo para a capacidade do indivíduo encontrar satisfação na reforma; Alterações associadas ao declínio biológico são pouco significativas e raramente afectam seriamente a vida pós-reforma; 29 Psicologia do Adulto e do Idoso Esta situação tende a acentuar-se com os progressos da medicina e qualidade de vida; A reforma em si não tem um efeito negativo na saúde do reformado. 30 Psicologia do Adulto e do Idoso 15
16 Factores socioculturais Diminuição do estigma da inactividade: Reformados vistos como um mercado a explorar; Aumento da investigação sobre: Variedade ao nível da experiência de reformado; Aspectos positivos da reforma. 31 Psicologia do Adulto e do Idoso O significado da reforma para o indivíduo é afectado por: atitudes do indivíduo face à reforma; desejo de se reformar; efeitos da baixa de rendimentos consequente à reforma; alterações na auto-imagem da pessoa após a reforma. 32 Psicologia do Adulto e do Idoso 16
17 Relação da reforma com o padrão de carreira (menos satisfatória em padrões desordenados); Interacção reforma/relações familiares; Preparação da reforma: - Socialização antecipatória para os novos papeis; Assegurar uma fonte segura de rendimento; Antecipar o tipo de papeis e actividades desejáveis e disponíveis na família e comunidade; Desenvolver interesses que possam ser convertidos em actividades de lazer satisfatórias; Elevar o nível de consciência acerca da reforma. 33 Psicologia do Adulto e do Idoso Em suma: A reforma é uma alteração social importante, mas não significa necessariamente uma crise psicossocial grave; O significado da reforma reflecte uma gama complexa de factores sociais e culturais associados à situação de cada indivíduo assim como à sua percepção do significado social da reforma. 34 Psicologia do Adulto e do Idoso 17
18 Factores psicológicos: Segundo Erikson: A reforma acciona a transição do 7º para o 8º estádio; Novas oportunidades para a generatividade após a reforma; Introspecção e reflexão potenciadas por: o crescente consciência acerca da morte como algo pessoalmente relevante; o morte de amigos e familiares; o redução de interacções pessoais significativas (amigos=colegas); o eventual alteração de residência. 35 Psicologia do Adulto e do Idoso Alteração do espaço vital Passagem de um mundo complexo (no qual se tinha um papel) para um mundo mais simples e relativamente vazio; Vantagens/desvantagens são percepcionadas de forma diferente de acordo com a personalidade. 36 Psicologia do Adulto e do Idoso 18
19 Factores de personalidade e reacção à reforma (Reichard, Livson & Peterson, 1962) 3 Tipos de personalidade associados a uma adaptação adequada à reforma o Personalidade madura: - As pessoas: aceitam facilmente a reforma, normalmente sem conflitos; aceitam realisticamente perda de valor produtivo; estão geralmente satisfeitas com as suas relações pessoais. 37 Psicologia do Adulto e do Idoso Personalidade cadeira de baloiço As pessoas: adoptam uma atitude passiva; apreciam não ter responsabilidades e a oportunidade para o lazer. Personalidade defendida As pessoas: elaboram um sistema complexo de defesas contra a passividade e inutilidade; utilizam actividade como forma de combater declínio e envelhecimento. 38 Psicologia do Adulto e do Idoso 19
20 2 Tipos de personalidade associados a uma adaptação deficiente à reforma: Personalidade amargurada As pessoas ficam amarguradas pelo sentimento de não terem alcançado os seus objectivos; culpam os outros pelo seu desapontamento; não aceitam o envelhecimento. Personalidade auto-culpabilizante As pessoas: sentem-se desapontados com a sua vida e por terem falhado os seus objectivos; voltam a sua ira contra si próprios e autoculpabilizam-se por isso. 39 Psicologia do Adulto e do Idoso 20
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