QUANTOS ADOECEM E MORREM?
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- Otávio Taveira Carlos
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1 QUANTOS ADOECEM E MORREM? Medidas de frequência de doenças Razão, proporções, índice. Indicadores epidemiológicos de morbidade: Conceitos e exemplos de incidência e prevalência. O Enfoque epidemiológico observar-quantificar-comparar-propor Parte da observação dos fatos na população Presença de doenças, exposição a determinados fatores, atributos ou eventos de interesse Podemos modificar de forma positiva a realidade observada! 1
2 O Enfoque epidemiológico Quantificação Atribuir números aos fatos Medir a frequência ou ocorrência de fatos na população! Conceitos básicos Probabilidade: é uma medida de ocorrência de um fato incerto, ou seja, o número de vezes que se espera que ocorra um evento no futuro. Risco à saúde: é uma medida que demonstra a probabilidade de produzir um efeito ou dano à saúde dentro de um período de tempo estabelecido. Taxa/Coeficiente: é uma medida da velocidade de mudança de um estado ao outro (por exemplo, de sadio a doente). Expressa risco. 2
3 MEDIDAS INDICADORES Base matemática utilizadas na construção de indicadores epidemiológicos quantitativos Diversas terminologias Padronização* LEITURA OBRIGATÓRIA: *Merchan-Hamann E, Tauil PL, Costa MP. Terminologia das Medidas e Indicadores em Epidemiologia: Subsídios para uma Possível Padronização da Nomenclatura. Informe Epidemiológico do SUS (9), 4, , Texto no site: Indicadores de Saúde São medidas-síntese que contêm informação relevante sobre determinados atributos e dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. A construção de um indicador é um processo cuja complexidade pode variar desde a simples contagem direta de casos de determinada doença, até o cálculo de proporções, razões, taxas ou índices mais sofisticados. 3
4 O município de Rialma, na região central de Goiás, tem a maior incidência, proporcionalmente, de dengue do estado. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, a cidade, que possui 10,5 mil habitantes, já registrou 318 casos da doença nas últimas quatro semanas. Em segundo e terceiro lugar no ranking estão Goianira e Goiatuba, respectivamente. Até terça-feira (19), foram notificados casos de dengue em Goiânia, que vive uma epidemia. Por enquanto, oito mortes em razão da doença foram confirmadas só na capital. No ano passado foram registrados casos da doença e 24 mortes. Frequência absoluta Frequência absoluta de uma observação em uma série de dados é o número de repetições dessa observação. Pouco utilizada em Epidemiologia, pois não permite medir o risco de uma população. Limitação quando utilizados para comparações. 4
5 Frequência absoluta Contagem de casos de um evento saúde-doença em um período. (Casos de Aids no DF em 2014) Contagem de pessoas expostas a um risco numa comunidade. (Número de fumantes no DF em 2014) Úteis para propósitos de planejamento: Estimativa de número de vacinas para imunização de crianças (número absoluto de nascidos vivos por ano) Estimativa da necessidade de insumos para kits de diagnóstico no serviço de saúde (número de diagnósticos demandados por mês) Estimativa da necessidade de compra de medicamentos antirretrovirais em um ano (número de pacientes com aids) Frequência relativa Frequência relativa é o resultado obtido da divisão entre a frequência absoluta pelo total de indivíduos. Geralmente é apresentada na forma de porcentagem Quais as frequências absolutas para o sexo masculino e feminino? 5
6 FA sexo masculino = 4 FA sexo feminino = 6 n =? Frequência relativa Indicadores Epidemiológicos: expressos em frequências relativas São mais utilizadas quando se deseja comparar a ocorrência dos problemas de saúde em populações distintas ou na mesma população ao longo do tempo. Razões Índices Proporções Coeficientes 6
7 RAZÕES Latim: ratio, que significa divisão A razão entre dois números a e b é a relação a/b. Tratam-se de categorias mutuamente excludentes A razão é uma fração, a qual é utilizada no intuito de comparar grandezas. Pode ser representada por uma fração, um número na forma decimal, porcentagem ou até mesmo por uma divisão. RAZÕES Relação entre números absolutos Razão de sexos H:M Relação entre números relativizados (coeficientes) Risco Relativo Razão de prevalências Para cada 100 estudantes da enfermagem, 75 são do sexo feminino e 25 do sexo masculino. A razão entre homens e mulheres: 25 : 75 = 1 : 3 (de cada 1 do sexo masculino, 3 sexo feminino) = 33,3% 7
8 MEDIDAS: ÍNDICES Multidimensionais Medida que integra vários aspectos de uma determinada situação de saúde. Utilidade Medidas - resumo úteis para dimensionar as condições de saúde de uma população magnitude e distribuição de problemas relacionados à saúde Identificação de grupos populacionais em maior risco de adoecer e/ou morrer MEDIDAS: ÍNDICES Podem ser construídos de duas maneiras: Divisão de duas ou mais dimensões (elementos de natureza distinta quantitativos ou qualitativos) IMC = peso / altura 2 (Massa Corporal Quetelet) Pontuação (score, escala de pontos, pontuação aditiva) APGAR, escala de Glasgow 8
9 MEDIDAS: ÍNDICES Índice de Apgar avaliar as condições de vitalidade do recém-nascido 5 sinais objetivos observados nos 1º e 5º minutos após o nascimento PROPORÇÕES (n/n): Todas as unidades do numerador estão contidas no denominador. Quando expressa risco* ou probabilidade: coeficiente * Risco = probabilidade de um indivíduo desenvolver um agravo à saúde, em um certo período de tempo (mudança de status) 9
10 Números absolutos, razões e proporções Casos de aids notificados segundo sexo e ano de diagnóstico. Brasil, 1993, 1997, 2000 e 2003 Sexo Masculino Feminino Total Fonte: SINAN Números absolutos, razões e proporções Razão de Sexos e proporção de casos de aids notificados por sexo. Brasil, 1993, 1997, 2000 e 2003 Sexo Masculino Feminino Total Razão de Sexos (M:F) % de casos em sexo masculino???????? 10
11 Números absolutos, razões e proporções Razão de sexos e proporção de casos de aids notificados por sexo. Brasil, 1993, 1997, 2000 e 2003 Sexo Masculino Feminino Total Razão de Sexos (M:F) % de casos em sexo masculino 3,5 : 1 2,1 : 1 1,8 : 1 1,6 : 1 77,8 68,1 63,8 61,0 TAXAS OU COEFICIENTES Medida clássica em epidemiologia Tem três componentes básicos: um numerador, que corresponde ao número de indivíduos que experimentam o evento de interesse (por exemplo, óbito, doença, nascimento, internação hospitalar); um denominador, que corresponde ao número total de indivíduos na população de expostos ou em risco de apresentar o evento; e, um período de tempo específico, durante o qual foi observada a frequência do evento de interesse e a população que ficou exposta efetivamente. 11
12 COEFICIENTES = PROPORÇÕES QUE REPRESENTAM RISCO/PROBABILIDADE Os eventos do numerador representam o risco ou probabilidade de ocorrência em relação ao denominador onde, numerador = evento denominador = população sob risco* x 10 n * Qualquer indivíduo que está incluído no denominador deve ter o potencial de se tornar parte do grupo que está no numerador COEFICIENTES Morbidade Prevalência Incidência Mortalidade Mortalidade Geral Mortalidade por causa Mortalidade por sexo ou faixa etária Mortalidade materna Mortalidade infantil Letalidade 12
13 PREVALÊNCIA é a medida do número total de casos existentes de uma doença ou agravo em um ponto ou período de tempo e em uma população determinada, sem distinguir se são casos novos ou não. é um indicador da magnitude da presença de uma doença ou outro evento de saúde na população. Estática retrato (em um momento e com base a uma aferição) PREVALÊNCIA O COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA REPRESENTA A PROBABILIDADE DO INDIVÍDUO SER UM CASO, de estar com o evento. CP = número de casos existentes num período x 10 n número total de pessoas no mesmo período 13
14 PREVALÊNCIA Existem três tipos de medidas de prevalência: Prevalência pontual ou instantânea: Frequência de casos existentes em um dado instante no tempo (ex.: em determinado dia, como primeiro dia ou último dia do ano). Prevalência de período: Frequência de casos existentes em um período de tempo (ex.: durante um ano). Prevalência na vida: Frequência de pessoas que apresentaram pelo menos um episódio da doença ao longo da vida. INCIDÊNCIA é a medida do número de casos novos de uma doença ou agravo, originados de uma população em risco de sofrê-la, durante um período de tempo determinado. é um indicador da velocidade de ocorrência de uma doença ou outro evento de saúde na população e, consequentemente, é um estimador de risco. Dinâmica filme (detecção da ocorrência de eventos ou mudanças de status ao longo de períodos de tempo de observação - várias aferições) 14
15 INCIDÊNCIA O COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA REPRESENTA A PROBABILIDADE DO INDIVÍDUO SE TORNAR UM CASO, mudar de status (transição de um estado para outro) CI = número de casos novos num período número total de pessoas em risco no mesmo período x 10 n Qual foi a incidência das doenças A e B no primeiro ano observado? E a prevalência? E a prevalência na metade do ano? 15
16 Qual foi a incidência das doenças A e B no primeiro ano observado? A = 17 e B = 4 E a prevalência? A = 20 e B = 11 16
17 E a prevalência na metade do ano? A = 3 e B = 8 RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA 17
18 RELAÇÃO ENTRE PREVALÊNCIA E INCIDÊNCIA Fatores que influem na magnitude dos coeficientes de prevalência Introdução de fatores que prolongam a vida dos pacientes sem curá-los (tto) Introdução de fatores que previnam a doença (profilático) Aumento da incidência Aprimoramento de técnicas de diagnóstico Elevado coeficiente de letalidade da doença Introdução de fatores que permitam o aumento da cura de uma doença (terapêutica) ou Imigração de doentes de outras áreas Emigração de doentes para outras áreas Proporção n N Risco: Coeficiente Não Risco: Fração Mortalidade Letalidade Mort. Infantil Mort. Materna Incidência Prevalência* Mortalidade Proporcional Proporção de casos Razão n 1 n 2 Razão de sexo, Razão de dependência razão de prevalência, risco relativo Índice Multidimensional (IMC, APGAR, Glasgow) 18
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