A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PACIENTE COM HANSENÍASE
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- Rui Paranhos Rocha
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1 A ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM A UMA PACIENTE COM HANSENÍASE Nathália Catarina Martins e Campos 15, Kelle de Lima Rodrigues 1, Gleyciane Leandro Silveira 1, Ruth Nobre de Brito 1, Yoná Mikaely Araújo 1, Jennifer Yohanna Ferreira de Lima Antão 1. Correspondência para: nathyzinha_86@hotmail.com Palavras-chave: Hanseníase. Detecção precoce. Enfermagem clínica. 1 INTRODUÇÃO A hanseníase, moléstia infecciosa causada pelo Mycobacterium leprae, compromete o tecido cutâneo, mucosa e sistema nervoso periférico. A gravidade da doença não é só avaliada pelos altos índice de casos existentes, ou pela contagiosidade, mas pelas incapacidades que produz devido à interrupção do tratamento, causado pelos problemas psicossociais, preconceitos e pela longa duração do mesmo (ARANTES et al., 2010). De acordo com Baialardi (2007), a moléstia foi acompanhada por um forte estigma que se refere aos sinais corporais, sendo este um fenômeno real, que afeta a vida dos indivíduos nos seus aspectos físicos, psicológicos, sociais e econômicos. O estigma se efetivou a partir do isolamento social que envolveu a doença, através do claro preconceito, que preferem manter-se calados e ocultar seu corpo, na tentativa de esconder a doença para evitar rejeição e o abandono. Umas das grandes preocupações no caso da hanseníase é a incapacidade física que pode ser gerada, devido ao tratamento não chegar ao seu término, por este ser muito longo e por essa doença possuir um enorme preconceito perante a sociedade. Uma das 15 Faculdade de Juazeiro do Norte (FJN)
2 melhores maneiras para combater os agravos ocasionados pela hanseníase é avaliar o paciente como um todo e discutir com o mesmo sobre sua condição, diminuído sua ansiedade (SOUSA; CASTRO; NETO, 2011). Vale ressaltar que, a opção por este estudo resulta da curiosidade acerca da patologia diagnosticada, uma vez que é de elevada prevalência no seio da sociedade atual, em que é constantemente confrontado. Dessa forma, objetivou-se aplicar a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) a uma paciente diagnosticada com hanseníase. 2 MATERIAS E MÉTODOS Trata-se de um estudo de caso realizado por acadêmicas do sexto semestre de enfermagem de uma instituição privada. Tendo como sujeito uma paciente com hipótese diagnóstica (HD) de hanseníase atendida em um hospital de referência da região do Cariri. Foi realizado exame físico e anamnese, com intuito de obter o maior número de informações possíveis sobre a paciente e família para, consequentemente intervir de forma satisfatória. O estudo de caso é encarado como o delineamento mais adequado para investigação de um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto real, onde os limites entre o fenômeno e o contexto não são claramente percebidos, sendo realizadas análises empíricas e teóricas (LAKATOS, 2010). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Trata-se de uma paciente do sexo feminino, 18 anos, branca, mãe solteira, natural do município de Crato-Ce, ensino fundamental incompleto, religião católica, mora em residência própria, com saneamento básico, onde convive com sua família, com renda mensal de um salário mínimo. Deu entrada no serviço de internamento proveniente de sua residência, referiu que há cerca de 1 ano apresentou quadro de lesões hipocrômicas disseminada por todo corpo, procurou atendimento na UBS, onde foi diagnosticada com Hanseníase. Realizou tratamento, ainda em uso de prednisona 20mg
3 (dose diária 50mg), afirma fazer uso da medicação irregular, interrompendo o uso por até um mês. Há três dias iniciou quadro de dores articulares em joelhos e tornozelos com piora da deambulação, o quadro está associado à febre, náuseas e vômitos. Ao exame físico geral apresenta-se consciente, orientada em tempo e espaço, eupneica em ar ambiente, comunicativa e hidratada. Apresenta discreta descamação em asa de nariz à direita e pápulas em toda a superfície corpórea em regressão, crosta em membro inferior direito próxima ao joelho e em coxa E sem sinais flogísticos, mucosas coradas e exame neurológico sem alteração (Glasgow15). AC: BRNF em 2T, sem sopros, pulso cheio, rítmico e continuo. AP: MV+, frêmito vocal presente e som claro pulmonar a percussão. Abdome plano, indolor à palpação, à percussão som submaciço em fossa ilíaca, HD e região mesogástrica homolateral. SSVV: Normotenso (PA = 110x60 mmhg), Afebril (T = 36,5ºC), Eupneico (FR = 19 rpm), Normocardico (FC = 76 bpm). Segue sobre os cuidados de enfermagem. Diante dos dados obtidos, processou-se a análise dos mesmos, para elaboração dos Diagnósticos de Enfermagem utilizou-se da taxonomia NANDA, para seleção das intervenções de enfermagem pertinentes foi utilizada a taxonomia NIC e, posteriormente, para elaboração dos respectivos resultados esperados utilizou-se a taxonomia NOC. Diante desse contexto, os principais diagnósticos de enfermagem foram: Baixa auto-estima evidenciado por expressão de desamparo e de sentimento de inutilidade relacionado a mudanças de papel social; Integridade da pele prejudicada evidenciada por fatores mecânicos (prurido) relacionado a sensibilidade alterada; Distúrbio de imagem corporal evidenciado por verbalização de sentimentos que refletem uma visão alterada do próprio corpo na aparência, estrutura ou função relacionada a esconder ou expor demasiadamente parte do corpo; Ansiedade evidenciada por preocupação relacionada ao estado de saúde; Insônia evidenciada por relatar estado de saúde diminuída relacionada a medo; Sentimento de impotência evidenciada por ressentimento relacionada a estilo de vida desamparada; Distúrbios da identidade pessoal evidenciada por distúrbio nas relações relacionada a descriminação ou preconceito; Isolamento social evidenciado por expressão de sentimento e rejeição
4 relacionado a fatores que contribuem para a ausência de relacionamentos pessoais satisfatórios. Desse modo, para melhoria das condições de vida dessa paciente, o plano de cuidado voltou-se para ações como: Encorajar o paciente a identificar seus pontos positivos; Recompensar ou elogiar o progresso do paciente na direção das metas; Determinar as expectativas do paciente sobre imagem corporal com base no estagio de desenvolvimento; Auxiliar o paciente a determinar a extensão das reais mudanças no corpo e seu nível de funcionamento; Observar características da lesão; Ensinar o paciente ou familiares os procedimentos de cuidado com a lesão; Determinar a motivação para a mudança do paciente; Encorajar a substituição dos hábitos indesejáveis por hábitos desejáveis; Identificar o problema do paciente em termos comportamentais. 4 CONCLUSÕES Diante o exposto, conclui-se que a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é favorável no hospital para um bom prognóstico, já que a enfermagem se distingue, com exclusividade das outras profissões da área da saúde, enquanto propicia aos enfermeiros uma descrição lógica do enfoque da enfermagem clínica. REFERÊNCIAS ARANTES, C.K. et al. Avaliação dos serviços de saúde em relação ao diagnóstico precoce da hanseníase. Epidemiol. Serv. Saúde, v.19, v.2, p , ASSOCIAÇÃO NORTE AMERICANA DE DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM (NANDA). North American Nursing Diagnosis Association - NANDA: definições e classificação / NANDA International, Porto Alegre: Artmed, 2010.
5 BAIALARDI, K.S. O estigma da hanseníase: relato de uma experiência em grupo com pessoas portadoras. Hansen Int, v.32, n.1, p.27-36, Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC). Tradução- Regina Machado Garcez ET at.,- Rio de Janeiro: Elsevier, LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7.ed. São Paulo, SP: Atlas, MCCLOSKEY, J.C; BULECHEK, G.M. Classificação das Intervenções de Enfermagem (NIC). 3. ed. Porto Alegre: Artmed, SOUSA, A.S.A; CASTRO, H.R.M; NETO, J.A.S. Avaliação dermatoneurológica e grau deincapacidade em pacientes com diagnostico de hanseníase. Revista Interdisciplinar NOVAFAPI, v.4, n.4, p.9-12, 2011.
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