CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO.
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- Vinícius Andrade de Paiva
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1 CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO. Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio AULA 25 07/06/17 PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO Revisão DECADÊNCIA A relação jurídica que irá se consumar com o FG tem data para se extinguir. No direito à ciência que estuda o término da relação jurídica, nós chamamos de decadência/prescrição. No Direito Tributário, o conceito da DECADÊNCIA é a perda subjetiva do direito de lançar, ou seja, o sujeito ativo não pode mais lançar o sujeito passivo, pois, a decadência, além de interromper o direito de lançar, também promove a extinção da relação jurídica, de acordo com o art. 156, V que regula que a decadência extingue o crédito tributário. De acordo com o entendimento do STJ, a decadência tem duas formas de ser contada: REGRA ESPECIAL: o Termo A quo sempre será a data do FG.
2 O lançamento aplicado a regra especial é por Homologação, que é o dever imposto pela lei de pagar o tributo antecipadamente. REGRA GERAL: o Termo A quo será sempre o 1º dia do exercício financeiro seguinte ao FG. A regra geral será aplicada para todos os demais casos de lançamento. OBSERVAÇÃO: Tanto na Regra Especial como na Geral o prazo é de 5 anos, apenas diferenciando uma da outra, na maneira de quando se começa a contar. CASO... Paloma realizou em a venda do seu imóvel no valor de R$ ,00. Por ter tido um ganho de capital, efetivou a impressão do carnê-leão, e realizou o pagamento. No ano que prestou a declaração 2012 o Fisco visualizou que o valor tributado era menor do devido, e por lavrou um auto de infração em de A contribuinte ingressou com pedido administrativo alegando a decadência do crédito tributário. Por ser um tributo por homologação, vamos usar o REGIME ESPECIAL. O FG ocorreu 10/08/2011, desta data contar + 5 anos = 09/08/2016 OBSERVAÇÃO: O professor colocou dia 09/08, pois, no dia 10/08 o tributo já estaria decaído, portanto, o Fisco tem até o dia anterior para lançar. No exercício o Lançamento ocorreu em 15/02/17, portanto, já estaria decaído. Atenção: Se ela não fez a declaração, será usado a REGRA GERAL, a data inicial é: Termo Zero º ano º ano º ano º ano
3 º ano, porém, se lançar em já estaria decaído, então o Fisco só poderia lançar até , sempre 1 dia antes da data da decadência. DICA para calcular: Sempre colocar na data final e da data do FG contar 5 anos. PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. RECURSO REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. ART. 543-C, DO CPC. CONFISSÃO DE DÉBITOS TRIBUTÁRIOS PARA EFEITO DE PARCELAMENTO APRESENTADA APÓS O PRAZO PREVISTO NO ART. 173, I, DO CTN. OCORRÊNCIA DE DECADÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. 3. A decadência, consoante a letra do art. 156, V, do CTN, é forma de extinção do crédito tributário. Sendo assim, uma vez extinto o direito, não pode ser reavivado por qualquer sistemática de lançamento ou auto lançamento, seja ela via documento de confissão de dívida, declaração de débitos, parcelamento ou de outra espécie qualquer (DCTF, GIA, DCOMP, GFIP, etc.). (REsp /SP, rel. Min. Mauro Campbell Marques, 2ªT., j. em ). Art. 5º inciso XXXV CF, determina que não haja nenhuma restrição/obstáculo para ingressar no judiciário: A lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito; TRIBUTÁRIO.EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. DECADÊNCIA. PRAZO QUINQUENAL. (...) 3. A suspensão da exigibilidade do crédito tributário na via judicial impede o Fisco de praticar qualquer ato contra o contribuinte visando à cobrança de seu crédito, tais como inscrição em dívida, execução e penhora, mas não impossibilita a Fazenda de proceder à regular constituição do crédito tributário para prevenir a decadência do direito de lançar. 4. Embargos de divergência providos. (EREsp /PR, 1ªT., rel. Min. Castro Meira, j , REsp /SP). FG MS Cassação Medida Liminar L O período que a Liminar foi concedida suspende a DECADÊNCIA??? Atenção: NADA SUSPENDE OU INTERROMPE A DECADÊNCIA...
4 A liminar não impede o Fisco de realizar o lançamento, para assim evitar a decadência do tributo. Observar o artigo abaixo: Art. 210 Parágrafo único CTN. Os prazos só se iniciam ou vencem em dia de expediente normal na repartição em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. CASO... A Fábrica de papel Santa Therezinha S/A realiza atividades de industrialização e por isso deve IPI. Ocorre que em razão de uma nova Instrução Normativa da Receita Federal não concorda com a nova metodologia na apuração do tributo, e por isso, decide propor em Ação Declaratória de Modo de Ser da Relação Jurídica, com relação ao Fato Gerador ocorrido no mês de fevereiro, com o objetivo de se ver garantida a apuração da forma anteriormente realizada. Para evitar juros, ou qualquer outra correção, requer ao juízo o depósito do montante integral, o que de pronto foi autorizado. Com decisão do TJ do Estado favorável ao Fisco em , a Fazenda Nacional realiza o lançamento da diferença dos valores que deveriam ter sido recolhidos, e também aceita a conversão do depósito em renda do valor anteriormente depositado. FG = fev.10 Ação Declaratória de Modo de Ser art.19, I CPC/15, em Depósito = 100 k Trânsito em Julgado = Fisco lançou = 100 k em e houve a conversão do depósito em renda O tipo de lançamento é por Homologação, então usaremos a Regra Especial, desta forma o fisco tem 5 anos a partir do FG que é fev.10, portanto, a data do Termo Ad Quem = Fev-15, sendo assim, em o tributo já estava decaído. Desta forma, mesmo com o andamento do processo, nada impedi que o Fisco proceda o lançamento, veja a jurisprudência: TRIBUTÁRIO - IPI - FORMA DE APURAÇÃO - CORREÇÃO MONETÁRIA - DL 2.450/88 E LEI 7.799/89 - CTN, ART. 151, II - DEPÓSITO JUDICIAL - SUSPENSÃO DA EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO - LANÇAMENTO - POSSIBILIDADE - NÃO OCORRÊNCIA - DECADÊNCIA - LEVANTAMENTO DOS VALORES DEPOSITADOS - IMPOSSIBILIDADE ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA SENTENÇA - PRECEDENTES. O depósito do montante integral suspende a exigibilidade do crédito tributário impugnado, nos termos do art. 151, II, do CTN, mas não impede que a Fazenda proceda ao lançamento e, muito menos, que se abstenha de lavrar novas autuações sob o mesmo fundamento, paralisando apenas a execução do crédito controvertido. - Transcorrido o prazo decadencial de cinco anos (art. 150, 4º, do CTN), insuscetível de interrupção ou suspensão, e não efetuado o lançamento dos valores impugnados e depositados
5 em juízo, há que se reconhecer a decadência do direito do fisco efetuar a constituição do crédito tributário. (STJ, 2ª T., Resp /DF, Min. Francisco Peçanha Martins, fev/06.) HIPÓTESE DE LANÇAMENTO CONSTITUÍDO QUE O FISCO PODE ANULAR E LANÇAR DE NOVO: Art. 173 CTN. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos, contados: II - Da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento anteriormente efetuado. Válido somente para vício formal, ou seja, na forma e na condução do lançamento, não podendo alterar, por exemplo, o valor do tributo, a multa, a matéria tributada. Atenção: Na Execução Fiscal, se pode alterar tudo, ou seja, tanto o vício formal como o material, só não se pode alterar o nome na CDA. PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO PRESCRIÇÃO (ART. 174 DO CTN). 1. Em direito tributário o prazo decadencial, que não se sujeita a suspensões ou interrupções, tem início na data do fato gerador, devendo o fisco efetuar o lançamento no prazo de cinco anos a partir desta data.(...) (REsp /MG, 2ªT., rel. Min. Eliana Calmon, j ). Portanto, o STJ não reconhece o inciso II do art.173 como caso de interrupção. Art. 173, Parágrafo único CTN. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao lançamento. CASO... A empresa Trans Nacional realizou o Fato Gerador do IPTU em conforme determina a legislação local, contudo foi informada por Aviso de Recebimento que a Fiscalização para confirmação dos valores a serem lançados se iniciou em , e após a apuração dos fatos, o lançamento será realizado. Em a Prefeitura realizou o lançamento de ofício, porém o contribuinte alega decadência, contudo em Processo Administrativo foi informado a respeito da contagem conforme o parágrafo único do artigo 173, por isso, devido o lançamento. Os lançamentos de ofício consideram sempre o 1º dia do exercício seguinte ao FG, mas no caso do PU do art. 173 CTN, o fisco poderia ter lançado até , vejamos: FG = NOTIFICAÇÃO =
6 Desta forma o prazo começa a contar da data da notificação, neste caso, o fisco poderia lançar até O PU só é aplicado neste caso se o prazo for menor. Só vamos interpretar este artigo se a aplicação for antes do início do termo A Quo, previstos no caput e incisos do art. 173 CTN. NOTIFICAÇÃO DA FISCALIZAÇÃO NO MESMO EXERCÍCIO FINANCEIRO DO FATO GERADOR. ANTECIPAÇÃO DO MARCO INICIAL DO PRAZO DECADÊNCIAL. ART. 173, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CTN (...)III Todavia, se a notificação do contribuinte dos trabalhos de fiscalização ocorrer após o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorreu o fato gerador, não surtirá efeitos no que se refere ao curso decadencial, permanecendo como data inicial aquela estipulada pelo artigo 173, I do Código Tributário Nacional, primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. (STJ, 1ªT., REsp /SP, Rel. Ministro Francisco Falcão, abr/07). PRESCRIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO PRESCRIÇÃO HI FG CT DECADÊNCIA Só há uma forma de contar a prescrição, constituído o CT regular já começa a contar a prescrição, vejamos Art. 174 CTN. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da sua constituição definitiva.
7 Existe lançamento inicial, provisório e definitivo? Lançamento é o procedimento administrativo, portanto, é um ato singular, um procedimento de vários atos, atos que antecipam o lançamento e depois de constituído pode ser revisado. A ideia do termo definitivo é quando um tipo de lançamento em que o contribuinte não possa mais recorrer em âmbito administrativo. Para começar a contagem é preciso que o lançamento tenha sua constituição definitiva. Independentemente do tipo de crédito, o prazo é o mesmo, ou seja, 5 anos da constituição definitiva, porém é preciso observar se o contribuinte impugnar o tributo, é preciso aguardar a resposta definitiva da impugnação para assim considerar a data da constituição definitiva. Art. 15 Decreto /72 prazo de 30 dias para impugnar: A impugnação, formalizada por escrito e instruída com os documentos em que se fundamentar, será apresentada ao órgão preparador no prazo de trinta dias, contados da data em que for feita a intimação da exigência. Abaixo temos um quadro exemplificativo para identificar a decadência e a prescrição: Atenção: SUM 436 STJ A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providencia por parte do Fisco.
8 5 anos da constituição definitiva, teremos dois cenários: CONSTITUIÇÃO DEFINITIVA Impugnação Administrativa = Notificado do trânsito em julgado = Termo A Quo Inércia do Contribuinte = Após o vencimento do tributo por 5 anos parcela. Atenção: Tributos parcelados, observar o vencimento de cada Prescrição é a perda do direito de exigir o cumprimento da obrigação, ou a perda do direito de ação. Além da perda do direito da ação, também ocorre a extinção do crédito tributário art. 156, V CTN. Atos administrativos do fisco para chegar na EXECUÇÃO FISCAL: L D.A CDA Após o lançamento, o próximo ato do fisco e é inscrever o nome do devedor em dívida ativa, chamada de CDA, na CDA é preciso ter três elementos: certeza, liquidez e exigibilidade. Só se fala em prescrição intercorrente quando a prescrição está no prazo. Na prescrição comum pode haver a suspensão ou interrupção do prazo. Na suspensão considera o prazo que já transcorreu. No caso da interrupção começa do zero. Art. 151 CTN: Suspendem a exigibilidade do crédito tributário: I - Moratória; II - O depósito do seu montante integral;
9 III - As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - A concessão de medida liminar em mandado de segurança. V A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI O parcelamento. I - Moratória = prorrogação do prazo de vencimento do tributo. Art.152 CTN. A moratória somente pode ser concedida: I - Em caráter geral: a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira; b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de direito privado; II - Em caráter individual, por despacho da autoridade administrativa, desde que autorizada por lei nas condições do inciso anterior. ART. 151, III CF Princípio da Vedação Heterônoma proibir que se conceda benefícios fiscais se você não tem competência, portanto, a CF não recepcionou o art. 152, I, b CTN. Art. 151, III CF. É vedado à União: III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios. A regra é que primeiro se constitua o tributo para depois pedir a moratória. Durante o prazo da moratória a exigibilidade do CT fica suspenso. EXISTE DIFERENÇA ENTRE DEPÓSITO ADMINISTRATIVO E JUDICIAL? Quando se impugna um tributo administrativamente, a mera impugnação já suspende a exigibilidade, desta forma, não há necessidade de fazer o depósito, a não ser para evitar juros e correção. Já em âmbito judicial, a mera propositura da ação impede de o fisco executar? NÃO, por isso é importante fazer o depósito. O objetivo do depósito é evitar a mora e juros, desde que seja feito até a data do vencimento. SUM 112 STJ o depósito deve ser integral e em dinheiro.
10 O deposito somente suspende a exigibilidade do credito tributário se for integral e em dinheiro. Apesar de se tratar de uma faculdade do contribuinte, a opção pelo depósito judicial vincula os valores depositados ao crédito tributário discutido judicialmente, cujo levantamento por alguma das partes, Fisco ou contribuinte, fica dependente do desfecho da lide, a teor do artigo 32, 2º da LEF. (STJ, 2ªT., AgRg no REsp /SP, Rel. Ministra Eliana Calmon maio/08.) Esta Lei regula os depósitos judiciais: Art. 1º, 3º LEI 9.703/98. Mediante ordem da autoridade judicial ou, no caso de depósito extrajudicial, da autoridade administrativa competente, o valor do depósito, após o encerramento da lide ou do processo litigioso, será: PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL. EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO. DEPÓSITO JUDICIAL EFETUADO PARA SUSPENDER A EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO. CONVERSÃO EM RENDA. PRECEDENTES. 1. Com o Julgamento dos Embargos de Divergência no Recurso Especial n /BA (relator Ministro José Delgado), firmou-se, na primeira turma do STJ, o entendimento de que, na hipótese de extinção do mandado de segurança sem julgamento de mérito, em face da ilegitimidade passiva da autoridade apontada como coatora, os depósitos efetuados pelo contribuinte para suspender a exigibilidade do crédito tributário devem ser convertidos em renda da Fazenda Pública. 2. Agravo regimental improvido. (AgRg no Ag /SP, rel. Min. João Otávio de Noronha, 2ªT., j, ). BONS ESTUDOS! Monitoria: Cristina Casares
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